24 de novembro de 2010

Wake Up

Nós estamos vivos por um momento. Um segundo num grande abismo do tempo. Todos sangrando e todos odiando, apenas uma piscada de um olho. Vários conflitos e uma visita a terrível dor na vida humana. 
Nós estamos desaprendendo o que é viver?


Cairá pedaço por pedaço, até nosso orgulho nos matar ou até nós aprendermos a viver sem isso.


ACORDE ao som da bomba relógio,
ACORDE com essa música ensurdecedora,
ACORDE pelo motivo de você não saber o que tem que ser até isso acabar.


Nossa inocência é uma virtude, mas nossa arrogância somente nós deixará cegos. 
Abandonados. Sem ninguém para salvar nossa vida fútil.
Nós descobriremos que tudo aquilo que nós temos está no interior de uma fração de uma fração.


E cairá pedaço por pedaço de novo...
Cairá pedaço por pedaço, até nosso orgulho nos matar.

Nathalia
de pijama, escutando story of the year.

18 de novembro de 2010

A procura.

Sem rumo, buscando uma razão.
Relembrando das coisas boas e ruins que elaboraram minha formação.
Sem motivo, sem razão, caminho na escuridão.
Mudanças estão por vir e meu maior medo é cair... e se eu reagir?
Somando valores e tentações, não me privo das decisões.
O sol que bate em meu rosto, se encaminha para o seu pôr.
Amanhã quando amanhecer, não sentirei nenhum calor, só dor.
Uma estrada ou caminhada, tudo o que eu pretendo ser.
Incertezas e proezas, que farei de tudo pra você ver.
Acima de tudo, me olhar no espelho e ME RECONHECER.
Estou a minha procura, quem me encontrar, por favor, devolva-me.

Nathalia
sozinha no colégio.

15 de novembro de 2010

Narrando o sentimento alheiro

Ela chegou e sentou. 
Ele chegou e analisou. Ao avistá-la ao longe sorrindo ao folhear um livro qualquer, que talvez fosse o seu favorito, sua primeira reação foi caminhar em sua direção. Com as mãos no bolso e um nervosismo fora do comum, ele também se sentou.
Ela, distraída e sem jamais imaginar quem poderia estar por ali, continuou folheando o livro com sua doçura, disfarçando sua timidez entre um sorriso e outro.
Ele, pensando em mil palavras pra dizer apenas um oi.
Eis que um pensamento aleatório toma conta da cabeça dele. Onde tudo aquilo que estava acontecendo, se acabe com a chegada de um belo rapaz que se senta ao lado dela e ela o chama de 'amor'. Era apenas uma cena imaginada, o ponto de impulso para que ele tomasse a atitude certa naquele minuto.
A coragem tomou conta dele e...
- Oi - ele disse.
Com um olhar espantado, talvez designado como surpresa, com o mesmo olhar brilhando, ela responde:
- Você?
- Não imaginava encontrar você aqui. 
- Muito menos eu, ainda mais depois de todo esse tempo.
Havia se passado quase um ano, desde que um 'adeus' havia soado pelo telefone.
Ambos se olhando fixamente, nada mais era preciso ser dito. 
A ausência era traduzida na reação dos dois. Aqueles trezentos e dezenove dias, contados por ela, haviam sido importantes para refletir naquelas vidas o bem necessário, ou melhor,  necessário enxergado finalmente.
Foi  tempo necessário pra traduzir o quanto um representava na vida do outro e por acaso do destino, ali estavam novamente, anestesiados diante de uma situação incomum e durante meses, desejada.
Ambos sorriram, pensando a mesma coisa. Relembrando momentos inesquecíveis e comparando com esse tempo distante, onde fatos e histórias novas aconteceram, fortalecendo uma única certeza, pela qual todos já sabem.
Sorrindo juntos, ela encostou seu rosto no ombro dele enquanto seu cabelo era entrelaçado pelos dedos de quem acompanhava seu sorriso. Ficaram assim por um longo tempo, apenas ouvindo o silêncio que ecoava para selar um momento inesquecível para eles e para nós, meros admiradores do sentimento alheio.

Nathalia
na madrugada, se questionando por ter escrito mais uma vez sobre amor. 

9 de novembro de 2010

Striptease

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
 
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.
Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".
 
Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."
 
Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".
 
Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".
 
Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
 
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".
E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.


Nathalia
fazendo das palavras de Martha Medeiros as suas.

8 de novembro de 2010

Noites narradas

Dez horas da noite, chego.
Onze horas da noite, você chega.
Meia noite, chegamos juntos a um acordo romântico.
Uma hora, o calor, o sabor e o cheiro exala no ar.
Duas horas...
Três horas, a insônia nos persegue entre saudade e presença.
Quatro horas, os ponteiros do relógio soam como tempestade.
Cinco horas, o sono é maior e somos observados pelos anjos ao dormir.
Seis horas, eu te vejo dormir.
Sete horas, a noite acabou, o sono persiste, mas estamos atrasados.


Dez horas da noite, chego.
Onze horas da noite, você chega.
Meia noite, nos falamos.
Uma hora, ambos dormem.
Duas horas... continuamos dormindo.
Três, quatro, cinco, seis, sete... eis que o despertador toca.


Dez horas da noite, chego.
Onze horas da noite, você chega.
Meia noite, nem me lembro mais.

Rotina, você me maltrata.

Nathalia
narrando noites imaginárias, quase imaginárias.

6 de novembro de 2010

Melhor Companhia

Enquanto escuto o ponteiro dos segundos do relógio, em minha mente se passa diversas vontades e reações.
O cheiro do perfume que exala em meu quarto, a brisa gelada entrando pela janela de madeira e ao meu redor, somente paredes decoradas sem graça alguma.
Observando o pôr-do-sol, me dou conta que passei horas ali sentada, sem fazer nada. Aliás, pensando bem... eu estava fazendo algo, só não sei definir o que realmente era. Como um devaneio ou um dejavù, isso estava acontecendo no tempo, por si só.
Estava acompanhada por alguém que tinha os mesmos ideais que eu. Alguém que conflitava seus pensamentos comigo e no final concluía sempre o melhor e o mesmo que eu. Era alguém confiável, amável e calada.
Poderia chamá-la de solidão, mas isso rima e soa com escuridão, e ali estava claro demais para se assemelhar a isso. 
Não queria definir o que realmente havia acontecido naquele tempo. Não havia saudade, nem lágrima, como de costume. Não havia ausência, nem falta de sentimentos. Não precisava de mais ninguém. Porque às vezes, você é sua melhor companhia. 


Nathalia
muito bem acompanhada numa aula de Física,
deixa assim ficar subentendido, risos.

2 de novembro de 2010

Untitled, amor não se define.

A vida seria tranquila sem amor. 
Segura, sossegada e monótona. 


Nathalia
relendo 'O nome da Rosa'

1 de novembro de 2010

Quando menos se espera

Vagando neste tempo, observo as cores da manhã, vejo o sol se pôr e a quando menos espero chega a dona da noite: a Lua que irradia contra o tempo e bate contra o vento.
A noite se encarrega de me trazer no colo e quando menos espero, adormeço com lágrimas nos olhos representando saudade, alegria e um espaço gigante de emoções.
Passo dias e noites na simplicidade do meu olhar, com a inocência pervertida e com a razão emocionada. Quando menos espero, levo um choque, quebro a unha, confundo suco de beterraba com suco de uva. 
Há de se esperar que ilusões não mantém ninguém com os pés no chão, mas quando menos se espera, sua vida toma uma direção sem rumo e as surpresas se tornam rotina.
Deixe estar, vou me deixar levar. Afinal, quando eu menos esperar, o melhor há de chegar, pra sempre.
Que o vento me leve, que a tarde se encarregue. Que quando eu menos esperar, tudo seja o bastante pra me fazer tirar conclusões sobre essa vida, doce vida, vida louca.


Nathalia
quando menos esperou, escreveu essas palavras.