26 de junho de 2011

Par de Sapatos

Onde mora o prazer de desfrutar a mente alheia, conhecer outras maneiras e viver uma vida imperfeita, com todo toque especial que só as diferenças dão?
Encontrar e corrigir defeitos. Misturar e juntar rotinas. Aumentar o conhecimento musical, cultural e superficial. 
Como gostar de vinho e dividir o barzinho com um amante de cervejas ou apreciar a música clássica e conviver com um amante do rock. 
Velhas manias e pequenas imperfeições. Detalhes que completam corações. Como água que sacia sede e um abraço que encerra a saudade. 
Um par de sapatos são metricamente, esteticamente e formalmente idênticos. Caminham lado a lado e estão sempre em perfeita sintonia. Sabem tudo um do outro, afinal, são iguais ao ponto de viver como se tivessem ensaiado tudo isso antes. 
Um conto de fadas se idealiza quando imaginamos situações perfeitas em relações perfeitas, mas isso não tem graça. 
Dizem por aí, que os opostos se atraem... E a graça habita onde as diferenças se equilibram e constróem juntas uma união inseparável. Onde o fluxo segue intensamente, sem ter hora pra começar, nem acabar.
Vivo por aí com meu par... Incrível, diferente e na dosagem certa de amar. 
Como Pausa e Movimento. A Bela e a Fera. O Cravo e a Rosa. Rosa e Azul. Romeu e Julieta. Frio e Calor. Eu e Você...


Nathalia
sem precisar falar. 

6 de junho de 2011

Pensamentos Obnubilados

Como as cordenadas de um plano cartesiano. Como as estrelas que formam constelações.
Os lugares permanecem iguais, como deixamos há meses atrás. Deitada sob a luz de uma luminária, mil devaneios sobrevoam minha sombra.
Alimento minha insônia com pequenas dosagens de pensamento obnubilados, dos mais supéfluos aos raros.
Tomei um gole de nostalgia, o doce ácido te pertencia. 
Gosto da madrugada, principalmente quando faço dela uma virada. Meu humor não anda lado a lado com meu amor. Assim, separo o que é raro e vivo na expectativa de cada noite surgir algo melhor.  


Nathalia
obnubilada pela imensidão da madrugada

2 de junho de 2011

Silêncio das noites mais frias

A noite chega e lá fora é calmo. O silêncio me faz lembrar que estou sozinha em minha casa e isso se torna mais um motivo pra pensar.
Estou longe de você, porque que eu estrago tudo sem perceber.
Agora é tarde pra ligar, mas eu queria mesmo é te falar que sem você, se apaga a luz da Lua. Sem contar, que falta o ar pra respirar. 
Vou dormir e me bate a insônia, minha vida passa na TV. Quando eu durmo e vem logo o sonho... me dá a resposta pra entender?
Me vejo nas esquinas, encontro minhas rimas. Me refaço, debruço sobre meus planos. Me perco em meio aos meus segredos mais secretos e invento meus romances mais singelos. 
No silêncio das noites mais frias, existo.
Lágrimas e gotas do chuveiro, camuflam-se em meu corpo inteiro. 
No silêncio das noites mais vazias, permaneço. 
Por dentro e por fora, por cima e por trás. Não me permito, nunca mais.
No silêncio das noites mais sentidas, me entrego. 
Faço versos no silêncio que me faz lembrar. Lembro e esqueço, me viro do avesso e procuro um recomeço.


Nathalia
por trás de mil palavras escondidas no silêncio de uma noite fria.