28 de dezembro de 2010

Passarinho verde

Sabe quando um dia acontece algo que você nunca espera? Algo que você sempre quis e que te deixe mais feliz.
Acordar por uma notícia feliz e dormir por alguém te fazer feliz. 
Como já dizia Jota Quest: 'um dia feliz, às vezes é muito raro'. 
Se deixar levar e acreditar. Esquecer do que era importante até ontem e dizer: estou aqui.
Seja lá onde isso vai parar, eu estou aqui e espero que seja pra sempre.
Seja lá o que quiser pensar, pode acreditar... eu vi um passarinho verde no caminho dessa madrugada.




Nathalia
na véspera de seu aniversário.

26 de dezembro de 2010

Ao som de Beatles.

Eram quase duas da manhã e eu estava na frente daquele velho lugar frequentado por mim e por, quase, toda galera da minha geração. 
Todos ali pareciam ter a mesma cara, com os mesmos gostos e enfim, já deu pra entender essa parte.
Éramos julgados como os rebeldes sem causa ou até mesmo 'os largados' sem futuro. Mas não, haviam ali, naquele lugar suspeito, tratado como boate, casa noturna ou bordel, pessoas de bem, como eu, por exemplo.
Aquele era apenas o nosso ponto de encontro. Uma vez a cada dois meses no mínimo, acontecia algum evento interessante que salvaria a rotina dos 'rolês' daquela mesma galera julgada como sem cérebro e supostamente, sem futuro. 
Estava num dia desses. Em um 'rolê' desses. Numa madrugada infeliz após ingerir quase um litro de vinho pra esquecer de um ou mais problemas que ganhei de presente na minha pequena grande estrada sentimental. Dizem por aí que vinho faz bem ao coração e ao meu não poderia ser diferente.
Estou sozinha esperando o tempo passar do lado de fora deste lugar. Existem pessoas lá dentro curtindo um cover de Beatles e gritando a velha frase: 'Toca Raul!', que nem sempre é correspondida pelo vocalista que geralmente é um ignorante.
Meus pensamentos se transportam para um patamar bem distante daquela realidade. Me questionava dos sonhos e pesadelos que eram acumulados através de pessoas conhecidas ou... semi-conhecidas, os figurantes das cenas. 
A desilusão do meu coração se encontrava ali, traçada em meu olhar ou... escrita na minha testa mesmo.
Ao longe, com o mesmo olhar vago, consigo enxergar alguém se aproximando. Sabe-se lá o que seria aquela silhueta elegante, alta e... encantadora que estava por vir. 
Esperei. Eu e meus pensamentos. 
Virei o rosto de lado e de repente, sinto que alguém, que provavelmente eu já esperava, sentou-se ao meu lado. Como se já conhecesse meu drama pessoal de estar no auge daquela madrugada sentada sozinha em frente a um local já descrito como impróprio para pessoas decentes. Um doce olhar despertou meu sorriso e começou a dizer simplesmente: 
- Pobre, doce e linda menina. Ninguém deve ficar sozinho numa noite dessas. Devo imaginar o que se passa dentro dessa sua mente e devo te dizer que te entendo. Numa noite dessas, eu não poderia te deixar aqui.
Confesso, fiquei mais confusa do que já estava antes e minha vontade era apenas dizer um palavrão e sair andando. Um desconhecido não poderia saber da minha vida dessa forma. 
Ao fundo, consigo ouvir a banda encerrando a música 'A hard day's night' e iniciando com grande classe 'I want to hold your hand'. No silêncio que pairou no ar entre a minha pessoa e o ser incrivelmente pensante ao meu lado, ele prossegue: 
- É disso que eu estou falando.
- Disso? - respondo com um ponto de interrogação traçado em meu sorriso.
- Disso, dama da noite. É disso que estou falando.
- Não.
- Os Beatles.
- O que têm os Beatles?
- Eles sacaram. 
- Sacaram o quê?
- TU-DO.
- Como assim?
O admirável-misterioso-charmoso-pensante rapaz pega minha mão e a entrelaça com seus dedos. Continuando a dizer: 
- É disso que os Beatles entendem. 
- Acho que o vinho ingerido nessa noite não fez bem ao meu cérebro-raciocínio - respondi por responder.
- Nas outras bandas, o assunto é sempre o mesmo. Sexo, dor ou uma fantasia qualquer. Mas os Beatles... eles sabiam o que estavam fazendo. Sabe por que eles ficaram tão importantes?
- Por quê?
- I wanna hold your hand. O primeiro single. É brilhante, percebe? Talvez a melhor música já composta no mundo todo. Porque afinal, eles sacaram! É o que todo mundo quer. Não sexo quente o dia todo, sete dias na semana. Nem um casamento que dure cem anos. Nem um carro do ano, uma aventura sexual ou uma simples casa de um milhão de dólares. Não. Eles querem apenas segurar a sua mão. Eles têm um sentimento, como nós temos, que é apenas segurar a sua mão. E isso é impossível esconder. Cada canção de amor de sucesso dos últimos cinquenta anos pode remeter a I wanna hold your hand. E cada história de amor de sucesso tem esses momentos insuportáveis e intoleráveis de mãos dadas. Acredite em mim. Eu pensei muito nisso e tenho certeza que vou te fazer pensar também.
- I WANNA HOLD YOUR HAND - repeti sorrindo, consentindo o dito. 
Levantamos dali, com as mãos atadas, e depois disso... a noite terminou muito bem. Somente pelo fato de ter segurado sua mão. Alguém em que depois de cinco minutos, ganhou minha confiança depois de um olhar e uma interpretação sobre meu coração inteiramente correta. Ao som de Beatles, fomos para casa juntos. Sendo este, meu par por me entender tão bem apenas pelo ato de segurar minha mão.

Nathalia
repleta de nostalgia, fixação e pensando na cor dos olhos do belo rapaz.

25 de dezembro de 2010

...

Não é que acordei me achando hoje? 
Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. 
Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. 
Dei de achar que mereço ser amada.


Nathalia
por Caio F.

24 de dezembro de 2010

Mesmice sentimental

É difícil quando as coisas mais importantes da nossa vida se tornam tão... ainda não sei expressar.
Não digo coisas, posso logo dizer: pessoas.
Ao fundo tenho uma bela melodia. A frente tenho uma foto e ao meu lado eu não te tenho.
Sinceramente, meu sorriso bobo ou a minha voz trêmula não esconde, estou tratatando de uma só pessoa, digo... no singular.
O singular que se torna plural quando sinto o calor, a presença e a companhia.
Presos numa liberdade infinita e indecífrável, esse vínculo inseparável não se destrói, não se acaba e nem se recomeça.
Mantém o mesmo ritmo, aumenta a intensidade e o pulso, o arrepio, a sensação e aquela vontade... sente saudade.
São palavras misturadas, seguindo a minha pulsação. Se eu soubesse o que dizer ou se eu tivesse a mesma coragem todos os dias, calo-me novamente.
Continuo arrepiada e tremendo, não quero imaginar o depois disso. 
Sei que sinto e não me limito. Sinto também que às vezes aquele silêncio dizia muito mais do que todas as letras reunidas formando esta mensagem, mas não... eu não me limito.
Serei o que quiseres em teu pensamento, tampouco me entendo, mas sinto-me livre para dizer: te amo muito, sem rendimento, aceso, amor sem formato, altura ou peso.
Amor sem conceito, aceitação, impassível ou julgamento. Aberto, incorreto. Amor que nem sabe se é este o nome direito, mas é amor... e eu sei que é amor.
Te amo e subscrevo-me. Sem segredo, sem razão... Oh, maldita emoção!
Esquivo-me da perdição, procuro aquela razão. Caio sozinha na solidão. 
Adeus paixão.


Nathalia
deixando-se levar pelo coração.

12 de dezembro de 2010

ETEVAV - Uma nova saudade

Houve um tempo em que meus pensamentos se uniam e traduziam a verdadeira felicidade. O ano de dois mil e sete se resume nessa frase. Foi neste mesmo ano que eu e mais de mil pessoas arriscamos a mesma sorte: uma vaga.
Desde então, vidas mudaram e de mil e tantas pessoas, nos tornamos duzentos. Como um abismo desconhecido, caímos na incerteza dos próximos três anos que viveríamos e fomos separados em cinco grupos de quarenta. No início, não foi fácil pra ninguém. A separação de uma vida passada, um colégio que deixou saudade e amigos que jamais serão esquecidos. Ninguém conhecia ninguém e a novidade era presente a cada dia.
Assim, ocorreu três anos de aprendizados, conquistas, risadas e companheirismo. Vínculos foram criados, grupos foram formados e amigos foram eternizados.
Estávamos todos ali com um mesmo objetivo e por essa característica, somos diferenciados. Professores, funcionários e colegas, todos os dias compartilhando uma mesma rotina com altos e baixos.
Um ano e meio da vida de muitos foi marcada por tornar deste local sua segunda casa, o curso técnico fortaleceu e amadureceu a formação de muitos que ali passaram momentos incríveis e cansativos.
Almoços improvisados, esquentados e engraçados. A marmita e os amigos de almoço de cada dia. O sono, a falta de tempo, as paixonites, a pressão psicológica e a conclusão do curso com o sucesso de um TCC.
As provas, os seminários, os trabalhos e claro, as progressões parciais e as recuperações. Parcerias e truques para tirar nota, ALTAS colas e desesperos a cada semana de provas. Enfim, exatas nunca mais pra minha vida!
A cantina, o ponto de encontro e risadas. A tia Lú e o Jú, vulgo Surdão, que tantas vezes nos fizeram companhia quando matamos aula.
No ano de 2008, quando eu e mais cento e noventa e nove alunos ingressamos nessa nova jornada, ouvimos uma frase que nunca foi esquecida e naquela época, nem foi entendida: ‘Estes foram os melhores três anos da minha vida’. Ao fim de 2010, eu e os mesmos compreendemos e sentimos na pele o sentido e impacto que essa frase faz, pois com toda certeza: Estes foram os melhores três anos da NOSSA vida!
Cada um guarda suas lembranças, suas memórias, seus lugares, seus apelidos, suas amizades e a partir de hoje, sua saudade.
Amanhã é um mistério. Estamos novamente no início de uma nova vida, porém, hoje carregamos conosco algo que é somente nosso, pra quem viveu tudo isso e acredita em um futuro melhor e cada vez mais próspero.  Seja lá qual for o destino de cada um... um pedacinho da minha memória e do meu coração, pertencem a vocês.
Um dia eu já fui reca, outro dia já fui bagaça e outro fui veterana. Hoje? Eu sou uma etevaviana legítima, com todas as letras.
Escola Técnica Estadual Vasco Antônio Venchiarutti, vulgo ETEVAV, só quem estudou lá pra saber de tudo o que estou falando.

Dedico estas palavras em especial aos meus colegas e amigos do terceiro ano B de 2010 e desejo de coração muito sucesso na vida de cada um nessa nova jornada. Aos que foram, aos que chegaram e aos que me receberam no meu primeiro dia de aula, pois um dia eu já fui o número nove na chamada e fiquei entre o ‘Felipe’ e o ‘Filipe’, mesmo não me chamando Fernando (interna). Nossas risadas, internas e momentos foram eternizados e serão lembrados a cada ‘Bom Dia’ que surgirá daqui pra frente. Enfim, estamos juntos, afinal... somos Bons, Belos e Bacanas.
 Aos meus colegas e amigos do terceiro módulo H de Informática, pois um ano e meio entre cinco meninas e trinta e cinco meninos aprendi e me diverti o bastante pra dizer que vou sentir muita falta das minhas tardes jogando CS ou simplesmente escutando as besteiras que só menino entende, (que hoje eu entendo também).
Aos nossos recos, deixo o recado: Aproveitem cada segundo, pois estes serão OS MELHORES TRÊS ANOS DA SUA VIDA!
Aos nossos mestres com muito carinho, mesmo com nosso ‘R’ chorado ou nosso MB merecido, aqui vai o meu MUITO OBRIGADA!
É só isso, não tem mais jeito... acabou, BOA SORTE! ♪’



Nathalia
Expondo uma saudade que entrou pra coleção, ETEVAV.

24 de novembro de 2010

Wake Up

Nós estamos vivos por um momento. Um segundo num grande abismo do tempo. Todos sangrando e todos odiando, apenas uma piscada de um olho. Vários conflitos e uma visita a terrível dor na vida humana. 
Nós estamos desaprendendo o que é viver?


Cairá pedaço por pedaço, até nosso orgulho nos matar ou até nós aprendermos a viver sem isso.


ACORDE ao som da bomba relógio,
ACORDE com essa música ensurdecedora,
ACORDE pelo motivo de você não saber o que tem que ser até isso acabar.


Nossa inocência é uma virtude, mas nossa arrogância somente nós deixará cegos. 
Abandonados. Sem ninguém para salvar nossa vida fútil.
Nós descobriremos que tudo aquilo que nós temos está no interior de uma fração de uma fração.


E cairá pedaço por pedaço de novo...
Cairá pedaço por pedaço, até nosso orgulho nos matar.

Nathalia
de pijama, escutando story of the year.

18 de novembro de 2010

A procura.

Sem rumo, buscando uma razão.
Relembrando das coisas boas e ruins que elaboraram minha formação.
Sem motivo, sem razão, caminho na escuridão.
Mudanças estão por vir e meu maior medo é cair... e se eu reagir?
Somando valores e tentações, não me privo das decisões.
O sol que bate em meu rosto, se encaminha para o seu pôr.
Amanhã quando amanhecer, não sentirei nenhum calor, só dor.
Uma estrada ou caminhada, tudo o que eu pretendo ser.
Incertezas e proezas, que farei de tudo pra você ver.
Acima de tudo, me olhar no espelho e ME RECONHECER.
Estou a minha procura, quem me encontrar, por favor, devolva-me.

Nathalia
sozinha no colégio.

15 de novembro de 2010

Narrando o sentimento alheiro

Ela chegou e sentou. 
Ele chegou e analisou. Ao avistá-la ao longe sorrindo ao folhear um livro qualquer, que talvez fosse o seu favorito, sua primeira reação foi caminhar em sua direção. Com as mãos no bolso e um nervosismo fora do comum, ele também se sentou.
Ela, distraída e sem jamais imaginar quem poderia estar por ali, continuou folheando o livro com sua doçura, disfarçando sua timidez entre um sorriso e outro.
Ele, pensando em mil palavras pra dizer apenas um oi.
Eis que um pensamento aleatório toma conta da cabeça dele. Onde tudo aquilo que estava acontecendo, se acabe com a chegada de um belo rapaz que se senta ao lado dela e ela o chama de 'amor'. Era apenas uma cena imaginada, o ponto de impulso para que ele tomasse a atitude certa naquele minuto.
A coragem tomou conta dele e...
- Oi - ele disse.
Com um olhar espantado, talvez designado como surpresa, com o mesmo olhar brilhando, ela responde:
- Você?
- Não imaginava encontrar você aqui. 
- Muito menos eu, ainda mais depois de todo esse tempo.
Havia se passado quase um ano, desde que um 'adeus' havia soado pelo telefone.
Ambos se olhando fixamente, nada mais era preciso ser dito. 
A ausência era traduzida na reação dos dois. Aqueles trezentos e dezenove dias, contados por ela, haviam sido importantes para refletir naquelas vidas o bem necessário, ou melhor,  necessário enxergado finalmente.
Foi  tempo necessário pra traduzir o quanto um representava na vida do outro e por acaso do destino, ali estavam novamente, anestesiados diante de uma situação incomum e durante meses, desejada.
Ambos sorriram, pensando a mesma coisa. Relembrando momentos inesquecíveis e comparando com esse tempo distante, onde fatos e histórias novas aconteceram, fortalecendo uma única certeza, pela qual todos já sabem.
Sorrindo juntos, ela encostou seu rosto no ombro dele enquanto seu cabelo era entrelaçado pelos dedos de quem acompanhava seu sorriso. Ficaram assim por um longo tempo, apenas ouvindo o silêncio que ecoava para selar um momento inesquecível para eles e para nós, meros admiradores do sentimento alheio.

Nathalia
na madrugada, se questionando por ter escrito mais uma vez sobre amor. 

9 de novembro de 2010

Striptease

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
 
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.
Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".
 
Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."
 
Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".
 
Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".
 
Por fim, a última peça caía, deixando-a nua
 
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".
E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.


Nathalia
fazendo das palavras de Martha Medeiros as suas.

8 de novembro de 2010

Noites narradas

Dez horas da noite, chego.
Onze horas da noite, você chega.
Meia noite, chegamos juntos a um acordo romântico.
Uma hora, o calor, o sabor e o cheiro exala no ar.
Duas horas...
Três horas, a insônia nos persegue entre saudade e presença.
Quatro horas, os ponteiros do relógio soam como tempestade.
Cinco horas, o sono é maior e somos observados pelos anjos ao dormir.
Seis horas, eu te vejo dormir.
Sete horas, a noite acabou, o sono persiste, mas estamos atrasados.


Dez horas da noite, chego.
Onze horas da noite, você chega.
Meia noite, nos falamos.
Uma hora, ambos dormem.
Duas horas... continuamos dormindo.
Três, quatro, cinco, seis, sete... eis que o despertador toca.


Dez horas da noite, chego.
Onze horas da noite, você chega.
Meia noite, nem me lembro mais.

Rotina, você me maltrata.

Nathalia
narrando noites imaginárias, quase imaginárias.

6 de novembro de 2010

Melhor Companhia

Enquanto escuto o ponteiro dos segundos do relógio, em minha mente se passa diversas vontades e reações.
O cheiro do perfume que exala em meu quarto, a brisa gelada entrando pela janela de madeira e ao meu redor, somente paredes decoradas sem graça alguma.
Observando o pôr-do-sol, me dou conta que passei horas ali sentada, sem fazer nada. Aliás, pensando bem... eu estava fazendo algo, só não sei definir o que realmente era. Como um devaneio ou um dejavù, isso estava acontecendo no tempo, por si só.
Estava acompanhada por alguém que tinha os mesmos ideais que eu. Alguém que conflitava seus pensamentos comigo e no final concluía sempre o melhor e o mesmo que eu. Era alguém confiável, amável e calada.
Poderia chamá-la de solidão, mas isso rima e soa com escuridão, e ali estava claro demais para se assemelhar a isso. 
Não queria definir o que realmente havia acontecido naquele tempo. Não havia saudade, nem lágrima, como de costume. Não havia ausência, nem falta de sentimentos. Não precisava de mais ninguém. Porque às vezes, você é sua melhor companhia. 


Nathalia
muito bem acompanhada numa aula de Física,
deixa assim ficar subentendido, risos.

2 de novembro de 2010

Untitled, amor não se define.

A vida seria tranquila sem amor. 
Segura, sossegada e monótona. 


Nathalia
relendo 'O nome da Rosa'

1 de novembro de 2010

Quando menos se espera

Vagando neste tempo, observo as cores da manhã, vejo o sol se pôr e a quando menos espero chega a dona da noite: a Lua que irradia contra o tempo e bate contra o vento.
A noite se encarrega de me trazer no colo e quando menos espero, adormeço com lágrimas nos olhos representando saudade, alegria e um espaço gigante de emoções.
Passo dias e noites na simplicidade do meu olhar, com a inocência pervertida e com a razão emocionada. Quando menos espero, levo um choque, quebro a unha, confundo suco de beterraba com suco de uva. 
Há de se esperar que ilusões não mantém ninguém com os pés no chão, mas quando menos se espera, sua vida toma uma direção sem rumo e as surpresas se tornam rotina.
Deixe estar, vou me deixar levar. Afinal, quando eu menos esperar, o melhor há de chegar, pra sempre.
Que o vento me leve, que a tarde se encarregue. Que quando eu menos esperar, tudo seja o bastante pra me fazer tirar conclusões sobre essa vida, doce vida, vida louca.


Nathalia
quando menos esperou, escreveu essas palavras.

31 de outubro de 2010

Diálogo

- Às vezes sinto falta de mim.
- Eu também, menina.
- Sente falta de si?
- Não. De você. E isso dói.
[Silêncio]
- Me abraça?
- Sempre.

Nathalia
por Caio F.

29 de outubro de 2010

Temido, Tempo, Temido.

Uma coisa podemos ter certeza... nada adianta querer apressar as coisas. Tudo vem ao seu tempo. O destino se encarregara de colocar você no lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação ou da pessoa certa! Basta acreditar que: Nada acontece por acaso! O que é nosso está guardado! 
 Simplifique sua vida. Acredite no amor e nas verdadeiras amizades, porque nem tudo é por acaso; e muitas vezes vale a pena. 


Nathalia
autor desconhecido

26 de outubro de 2010

Nem preciso.

Eu e você, não é assim tão complicado, não é difícil perceber.
Quem de nós dois vai dizer que é impossível o amor acontecer? Eu não, vai saber.
Se eu disser que já nem sinto nada, que a estrada sem você é mais segura. Eu tentei, mas não foi possível, afinal, não se nasce amor como se nasce uma flor... eu sei você vai rir da minha cara, eu já conheço o teu sorriso, leio o teu olhar. Teu sorriso é só disfarce, o que eu já nem preciso... Já sei de quase tudo e desejo tirar o quase dessa frase. Sinto dizer que amo mesmo, tá ruim pra disfarçar, nem adianta mesmo. Entre nós dois não cabe mais nenhum segredo, além do que já combinamos. No vão das coisas que a gente disse, não cabe mais sermos somente amigos. Poder te olhar e já entender sem ser preciso desdizer, nem dizer toda verdade.  Quando eu falo que eu já nem quero, a frase fica pelo avesso, meio na contra mão.
Quando finjo que esqueço, eu não esqueci nada. Cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais e te perder de vista assim é ruim demais. É por isso que atravesso o teu futuro e faço das lembranças um lugar seguro...
Não é que eu queira reviver nenhum passado, nem revirar um sentimento revirado, mas toda vez que eu procuro uma saída, acabo entrando sem querer na tua vida.
Eu procurei qualquer desculpa pra não te encarar, pra não dizer de novo e sempre a mesma coisa, falar só por falar. Que eu já não tô nem aí pra essa conversa, que a história de nós dois não me interessa.
Se eu tento esconder meias verdades, você conhece o meu sorriso, lê o meu olhar. Meu sorriso é só disfarce, o que eu já nem preciso e tenho essa certeza.



Nathalia
recompondo e ouvindo freneticamente "Quem de nós dois", Ana Carolina

23 de outubro de 2010

Melhores dias

No último dia útil da minha semana, quase ao meio-dia, uma pergunta impregnou-se em minha mente: O que você faria se só lhe restasse um dia? 
Naquele momento, um flashback de memórias boas passou em minha mente e uma saudade do que ainda não aconteceu bateu em meu coração.
A partir daquele segundo, tudo parecia ser tão intenso ao ponto de ser a última vez em que minha respiração existiria e para viver estes últimos momentos, teria que fazer daquele dia um verdadeiro Carpe Diem ao pé da letra.
Pensei o que seria da minha vida sem mim. Digo, minha vida cotidiana, minha rotina e o conjunto de pessoas que nela habitam.
As roupas guardadas em meu armário, planejadas para serem usadas numa festa, num dia de sol, num dia de frio ou na minha formatura. Dias que não viriam a existir se tudo isso acabasse em menos de vinte quatro horas.
As pessoas que me magoaram e as pessoas que eu magoei. As pessoas que um dia me fizeram sorrir ou até mesmo o motorista do ônibus ou o tio da cantina que me vêem diariamente. Minha falta seria sentida?
Aqueles que me amam, meus pais. Aqueles que me adoram, meus amigos. Aqueles estão ao meu lado, minha família. Aqueles que me desejaram pra vida toda, meus amores.
Haveria alguém que sobraria pra sentir minha falta nesse mundo?  Isso, eu ainda não sei. 
Porém, aquela pergunta inicial, me fez pensar em tudo o que eu ainda não fiz. 
As infinitas vontades de dizer, de comer, de fazer, de aprender e de viver tudo o que eu não disse, não comi, não fiz, não aprendi e não vivi ainda.
Meu pensamento reuniu todas as pessoas que eu amo e uma vontade de juntá-las no meu local favorito, ouvindo meu disco favorito, assistindo meu filme favorito e usando minha
roupa favorita. Eu iria abraçar um a um e agradecer por cada segundo vivido nessa minha pequena e longa vida.
Dedicaria uma hora em especial para os meus pais, pra agradecer e viver mais momentos incríveis que só eles puderam e podem me proporcionar com seu amor e carinho incondicional.
Outra hora eu usaria pra passar com meus melhores amigos e relembrar horas inesquecíveis que só eles poderiam ter me feito passar. Estudaria minha matéria favorita e faria minha tatuagem com o símbolo do infinito. 
Como não me restaria muito tempo, compraria muitos doces e mudaria meu visual. Escreveria uma carta, a última da coleção das não-enviadas e me arrumaria pra uma última festa.
Descaradamente, sendo menor de idade, pegaria o carro do meu pai e buscaria uma única pessoa pra curtir o resto do meu dia. Com uma mistura de sentimentos, choraria e cantaria 'I'll never let you fall, I'll stand up with you forever'.
Restando meus últimos minutos, o abraçaria e o resto, nem eu sei o que iria acontecer. Afinal, a morte é um mistério.
Hoje, só tenho uma certeza. Naquela sexta-feira eu dormi pensando no responsável sobre aquela pergunta, adormeci sob a ternura do meu rato de pelúcia, nada aconteceu e hoje eu acordei para viver mais um dia. 
Mais um dia em que eu poderia ter feito tudo isso que eu faria, mas não fiz e que farei um dia. Fiz, feito, faria e farei. Quatro tempos diferentes que mudam qualquer situação.
A partir disso, vivo hoje como se só me restasse hoje. Seja lá como for, só quero ter a vaga noção de que fiz o que deveria fazer e o arrependimento não mora nos meus planos.
Se meus dias acabassem hoje, incompleto acabaria. Várias faltas, saudades e vontades. Mas certamente os vividos, seriam os melhores dias da minha vida.
Enfim... e você? O que faria se só lhe restasse um dia?


Nathalia
desejando mais um dia.

20 de outubro de 2010

Everytime

Três da manhã. Ninguém dormiu ainda, não aqui. 
Fomos o mais longe possível somente pelo prazer de fugir.
Falamos sobre nossas vidas até o sol aparecer, agora estou pensando como eu gostaria de poder voltar, só para mais um dia, com você.
Toda vez que vejo seu rosto, toda vez que você olha pra mim... é como tudo se encaixasse. Tudo parece certo e incerto ao mesmo tempo. 
Desde que você você partiu, minha vida tornou-se bagunçada.
Tudo o que eu preciso é de mais um dia, com você.
Toda vez...

Nathalia
everytime.

17 de outubro de 2010

Todo o resto

"Existe o certo, o errado e todo o resto". Esta é uma frase dita pelo ator Daniel Oliveira representando Cazuza, em conversa com o pai, numa cena que, ao meu ver, resume o espírito do filme. Aliás, resume a vida.
Certo e errado são convenções que se confirmam com meia dúzia de atitudes. Certo é ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo é morrer bem velho e com o dever cumprido. Errado é dar calote, repetir o ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede. Todo mundo de acordo?
Todo mundo teoricamente de acordo, porém a vida não é feita de teorias. E o resto? E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar, de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emoções. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nós. 
Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás do nosso auto-controle há um desespero infernal. Possuímos uma criatividade insuspeita: inventamos músicas, amores e problemas, e somos curiosos, queremos espiar pelo buraco da fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram. Todo o resto.
O amor é certo, o ódio é errado, e o resto é uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes, necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam às regras do bom comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contrariam outra versão da nossa história, caso viessem a público.
Todo o resto é o que nos assombra: as escolhas não feitas, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos bem demais - a troco de que fomos tão bonzinhos?
Há o certo, o errado e aquilo que nos entorpece. O certo é ser magro, bonito, rico e educado. O errado é ser gordo, feio, pobre e analfabeto. O resto nada tem a ver com esses reducionismos: é nossa fome por ideias novas, é nosso rosto que se transforma com o tempo, são nossas cicatrizes de estimação, nossos erros e desilusões. 
Todo o resto é muito mais vasto. É nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e a inocência que se mantêm vivas dentro de nós mas que ninguém percebe, só porque crescemos.
A maturidade é um álibi frágil. Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto é tudo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê.


Nathalia
com a empolgação da leitura de Martha Medeiros.

Tempestade

A noite chega e eu não consigo mais dormir, passa o tempo e os segundos e eu só penso em ti. 
Pesadelos me sufocam, não me deixam rir, não vou conseguir. 
Eu só quero esquecer. Deixar passar o tempo para o amanhecer. 
Eu só quero esquecer. Ver a tempestade desaparecer. 
Não vou mais me machucar, por você.
Não vou mais me enganar, por você.
É impossível esconder que eu sofri e o que sinto por você é incapaz de resistir.
Relembrando os seus erros, pude aprender a viver sem você.


Nathalia
ouvindo a extinta banda B5

14 de outubro de 2010

Caixinha Cardiológica.


Guardo em meu coração uma caixinha de sentimentos. Ela se divide em várias partes, das coloridas às neutras, das felizes às tristes.
Essa caixinha, mesmo pequena, abriga emoções e razões pelas quais eu não quero abrir mão. 
O cheiro da sopinha e do danoninho a habitam, os brinquedos e as brincadeiras também. A primeira professora, as amizades inocentes, o primeiro beijo e o primeiro amor também se sentem confortáveis aqui dentro.
As mágoas se residem ao fundo, sustentando as paredes da caixinha e tornando meu coração favorável, firme e forte para receber outras e enviá-las para lá também.
A inocência e a malícia se confrontam dentro deste espaço, enquanto o amor e o ódio se amam e se odeiam fortemente, tão igual quanto a minha relação com algumas pessoas.
Essa caixinha permanece aberta, durante mil cento e quarenta minutos por dia, esperando por novas experiências, emoções e situações.
A profundidade desse quadradinho dentro de mim é tão grande que alcança meus sonhos, que transmite lá de dentro a mistura da composição desse cubo camuflado com meu olhar e com meu sorriso diário.
Ao todo, só existe uma parte dessa caixinha que se manteve aberta durante muito tempo e que quando se fechou, nunca mais se abriu. 
Chamada de amor verdadeiro, essa parte se mantém trancada para que não sobre nenhum vestígio de algo que possa ser mais verdadeiro além da sinceridade que ali habita.

Nathalia
fechando a caixinha e devolvendo ao seu coração.

9 de outubro de 2010

Nada tem. Nada convém.

Neste momento,
nem chuva, nem vento.
Nada acalma, acalenta ou sustenta...
                                                                minha alma.


Inexistente é o modo como tento agir.
Hoje não há porque sorrir, mentir.


Em meus medos frios,
traduzem-se pensamentos vazios.
Em meus medos quentes, 
traduzem-se pensamentos indecentes. 


Branco e preto. 
Para a par, ciclo singular.
Azul e rosa.
Cabe ao nada traduzir toda essa prosa.


Ninguém.
Neste além.
Me convém.
Porque nada tem.
O sentido que preciso pra viver este dia.


Nathalia
Ultrapassando limites,
observando a chuva chegar.

30 de setembro de 2010

Uma Chance.

I hope someday will come
Faking feelings on my own
Dead days on cold
All alone
When it's over
I'm sure he's not the one



Nathalia
cega sim sou eu, certo é você.

Um segundo

O relógio me evita, não me avisa.
As horas correm, o tempo vai-se embora sem dizer adeus.
Pessoas aparecem e desaparecem no mesmo segundo.
Afinal, o que é um segundo?
É o que já foi, é o que acabou de passar... lá se foi mais um.
O valor dele, ninguém explica.
Uns entendem, outros tentam, outros jamais irão entender.
Quão grandiosa curiosidade persiste em saber o motivo pelo qual ele se vai tão depressa quando estamos no auge da nossa felicidade.
Sabe-se lá o porquê... Só sei que eu vivo e estou aqui, enfrentando mais e mais segundos.
De uma vida, que aguarda por outra.

Nathalia
enfrentando o relógio de uma forma inusitada

13 de setembro de 2010

Monstro

Me chamam de monstro.
Por não estar fingindo ver algo que me agrade,
Por não dar valor às mentiras que são impostas pela sociedade e que ninguém as enxerga.
Por não dar a mínima ao carinho falso que muitos passam tentando fazer você gostar dela. 
Por ser realista ao dizer palavras com ótimos argumentos relacionado aos fatos ridículos e decadentes que acontecem neste pequeno ponto do universo. 
Poucos são aqueles que conseguem a capacidade de ver a verdadeira face do "monstro".
Ver que ele também sente, também derrama lágrimas, possui medo e é capaz de amar alguém. 


Nathalia
redigindo palavras de seu amigo Rieldson.

9 de setembro de 2010

Jardim de ideias

Sob a relva verde, molhada pelo orvalho da manhã, observo a natureza. O tamanho dessa sensação é tão intenso quanto a brisa que passa e consegue acalentar meus medos, levando-os para longe daqui, para longe de mim.
A cada ser, uma característica. A cada característica, um detalhe.
São detalhes, que não são apenas detalhes.
Examinando o interior de cada um, a formação de nosso interior se completa. Não surgem palavras em segundos. Não surgem pensamentos fluidos pelo termo independente. 
Saber deixar levar. Aprender o controle dos fatos. Organizar essas ideias e jogá-las num simples papel. Como eu faço agora.
Não é preciso entender. O que eu quero, é mais que isso.


Nathalia
tentando entender a aula de história,
observando o jardim do colégio.

8 de setembro de 2010

Mil duzentos e noventa e quatro

É o número da saudade de hoje.
É o par que se ausenta do ímpar.
É o luar que reflete a imensidão.
É a cantiga de ninar que soa em meu pensamento.
É tudo aquilo que peço pro vento levar.


Canção que sente.
Canção que vê.
Canção que tem cheiro.
Canção que tem tempeiro, de amor.


Fecho os olhos pra imaginar.
Fecho os olhos pra tentar descansar.


Infindável maneira de saber.
Infindável maneira de querer.
Infindável maneira de te encontrar.
Infindável maneira de saber a hora e o lugar.


São dias que deixaram de existir.
São dias que o calendário fará insistir.
São dias que simbolizam a sua falta.
São dias que me cercam e me presenteiam com uma nostagia, de você.
São dias que existem pra me deixar saber, da sua volta.


Como a chuva ou como o vento.
Como o Sol  e este momento.


São mil duzentos e noventa e quatro.
Continuo no mesmo quarto.
Continuo.
No mesmo quarto, por mais mil duzentos e noventa e quatro...
                                                                          milhões de anos.
Com você.




Nathalia
apagando as cicatrizes, descobrindo as diretrizes.

28 de agosto de 2010

Justificativa pela ausência

Olá, caros leitores do Palavra Contemporânea!
Peço desculpas pela ausência nas postagens no blog. Devido minha vida social, profissional e pessoal, a falta de tempo foi maior do que minha vontade e inspiração. 
Prometo e estou devendo atualizações. Assim que puder, novidades, pensamentos e ideias brotarão por aqui. Aguardem!


Agradeço o carinho e as mensagens recebidas! Muito obrigada!


Um abraço carinhoso,
daquela que vos escreve, Nathalia.

4 de agosto de 2010

Entre o tudo e o nada

Entre você e eu. Somente as paredes nos empurrando no nada. Deixando marcas onde já existem marcas. O frio que bate na janela é o mesmo que leva e traz tudo o que existe ou já existiu.
O espaço entre o amor e o ódio começou a diminuir, desaparecendo lentamente dia após dia.
Estava sentada, esperando por você. E você também.
O tempo perdido, a palavra dita ou simplesmente esquecida.
Isso tem sido um caminho longo simbolizando o tempo que perdemos.
Eu não sabia que isso poderia machucar assim, mas eu penso que quem eu me tornei, superará isso.
O tempo no meio, daquelas palavras incisivas. Nós construímos defesas que nunca fizeram nenhum sentido e me machucam.
O tempo cura todas as feridas. Isso começou a melhorar, mas não é fácil não lutar quando eu não estou com você. 


Nathalia
acreditando na sobrevivência do que foi dito

25 de julho de 2010

Dom de palavrear.

Pois este, pode ser um dom ou uma simples diversão. Do sim ou não, do começo ao fim.
Que seja pra mim.
Receba a minha gratidão, por me dar a devida atenção, sobre estas soltas ao vento, traduzindo todo um sentimento.
Imagino, concretizo e traduzo. Seja lá como for, do feio ao bonito ou da raiva ao amor, que expresse alegria ou dor.
Entre duas letras P: prazer ou profissional. Eu escrevo e isso não parece tão simples e normal. É muito mais que isso.
Entre papéis e letrinhas. Entre conteúdo e entrelinhas. Entre o meu eu e o seu, através de todas as habitantes do dicionário.
É dessa maneira que o meu ser consegue expressar seus pontos. De leste a oeste, de norte a sul.
É dessa maneira que me sinto capaz de todas as coisas do mundo, esse planetinha azul. Minhas armas? As palavras. Muito prazer, sou escritora.

Nathalia
desejando-lhes um feliz dia do escritor

16 de julho de 2010

Cada milésimo de segundo.

O silêncio do próprio silêncio está me esperando à direita. Eu não durmo.
O que pertencia a cada um, está desaparecendo. Rapidamente e a cada milésimo de segundo a sensação do longe é notável.
Sentarei, pensarei e serei capaz de acreditar que tudo isso acabará.
Pegue isso à um milhão de quilômetros de distância e faça com que estes desejos se realizem: nunca mais passar por isso novamente, nem por aqui.
Minha única esperança está depositada em alguém, em algo ou em algum lugar.
As partes desagradáveis estão pedindo por algo mais. A platéia gosta disso. 
As partes escuras estão desejando algo pior. A maldade gosta disso.
As partes claras estão acreditando em algo melhor. A bondade é traduzida nestes olhares.
As partes neutras estão argumentando. Elas permanecem sempre no mesmo lugar. 
Sejá lá o que isso queira dizer. O meu eu, acredita nele mesmo. O meu ego, orgulhoso por si só, pretende melhorar cada milésimo de segundo em que a longitude aumenta.
E eu sei que isso vai ser modificado. Por mim.


Nathalia
tirando a poeira do relógio



15 de julho de 2010

Nera

Incendiando tudo ao meu redor, incendiando minha vida.
Eu só observando a natureza dessa chama, que inflama, se alimenta com seu ar.
Ar que me falta, que me esgota toda vez que você chega. Mas não chega e me trata com desdém.
Também nem bem me conheceu.

Me esforço, me lanço.


                                 Me queimo no fogo.


Insisto, resisto.



                      Invisto no jogo.

Sem cartas na mesa, certeza nenhuma

Nera, Nera. 



Nathalia
habitando Nera ao escutá-la.

14 de julho de 2010

Meu mestre musical - Dez Anos

Saindo dos padrões de conteúdo do blog, hoje venho por meio destas palavras falar sobre meu ídolo, que completa dez anos de carreira nesta data, quatorze de julho: Jay Vaquer.
Cantor brasileiro, carioca. Filho de Jay Anthony Vaquer, guitarrista americano, cunhado e ex-parceiro do cantor Raul Seixas e da cantora Jane Duboc.
Jay nasceu no meio musical e aos dez anos já tocava violão e improvisava nos singles. Formado em publicidade na FAAP e ator no Teatro Escola Célia Helena, porém, a música sempre foi seu ponto forte.
Iniciou sua carreira artística em 2000, participando do musical ‘Cazas de Cazuza’. Logo lançou o seu primeiro disco, titulado como ‘Nem tão são’, destacando os sucessos ‘A miragem’ e “Aponta de um Iceberg’, que ganharam videoclipes. Em 2004, o novo álbum surge titulado como ‘Vendo a mim mesmo’ trazendo o sucesso ‘Pode Agradecer’, obtendo destaque na MTV. Seu terceiro álbum, ‘Você Não Me Conhece’, lançado em 2005 pela gravadora EMI, contou com um repertório original e teve como singles as faixas ‘Cotidiano de Um Casal Feliz’ e ‘A Falta que a Falta Faz’, abrindo portas para um novo veículo de divulgação, o rádio. Teve significativa execução, principalmente nas rádios do Rio de Janeiro. Como nos trabalhos anteriores, desses singles foram realizados clipes bastante executados na MTV Brasil: “Cotidiano de Um Casal Feliz”, e “A Falta que a Falta Faz”. Em 2007, lança ‘Formidável Mundo Cão’, nos surpreendendo novamente com tamanho trabalho admirável.
Em 2009, lançou o DVD 'Alive in Brazil', nos presenteando com uma obra incrível com a sensação de seus shows. 
Nos últimos tempos, regravou sucessos como 'Monte Castelo' e 'Pais e Filhos', da eterna Legião Urbana e 'Boys don't cry' do The Cure. 
Jay Vaquer expõe sua opinião e visão de mundo através de suas letras de uma forma incrível que conquista e traduz tudo aquilo que muitos talvez gostariam de dizer em alguma forma.
Possui uma relação direta e simples com seus fãs, demonstrando interesse a opinião de cada um sobre seu trabalho e tratando carinhosamente cada expressão deles. Jay também possui um blog onde mantém um contato direto e expressivo com aqueles que o seguem, o Fuzarca, citado por mim em 'outras paisagens' ao lado.
Através disso, fãs (vulgo, mundiças, segundo Jay Vaquer) se manifestaram de diversas formas para demonstrar este carinho. Meios como twitter (com a tag #JayVaquer10Anos), YouTube, textos e fotos conseguiram expressar uma porcentagem da admiração e carinho acumulados sobre o indivíduo que representa algo importante na vida daqueles que o acompanham.
Para finalizar, apresento-lhes o meu mestre, meu divo, meu ídolo. A quem admiro e orgulho de dizer que sou fã. Jay Vaquer.

Conheça o trabalho do Jay através de:
                                                                                                                                 Nathalia
aguardando mais dez anos da carreira de Vaquer