10 de março de 2018

Era um dia nublado

Era um dia nublado. 
Era um dia nublado e chuvoso daqueles que a gente tem a maior preguiça de sair de casa, sabe? 
Mas eu saí. E você também. 

Acontece que nós nunca sabemos o que nos espera quando levantamos da cama para mais um dia que pretendia ser comum.
Deixei tudo arrumado a sua espera, fiquei incomunicável por algumas horas me perguntando como você estaria, mas no fim daquela tarde chuvosa descobri que teria que esperar um pouco mais para te encontrar e que me caberia ter paciência para aceitar que no fim, o ciclo da vida é acabar.

Os dias se passaram e muitas coisas mudaram, mas nada conseguiu preencher o vazio que ficou depois de você. 

A rotina. As tardes. As barras de chocolate. Os sonhos. Os conselhos. As risadas. A parceria. 
A amizade. 
Tudo fora substituído. 
A dor. A perda. O luto. O vazio. A falta. A saudade. 

Me lembro como se fosse ontem que no dia anterior recebi uma ligação sua e eu dizia que tudo ia ficar bem. E ficou. Eu sei que ficou.
Guardo em meu coração a sua generosidade, a sua bondade e acima de tudo a leveza de sua verdadeira amizade.
Obrigada por cruzar meu caminho e me ensinar tanto sobre a vida, minha amiga. 

Sigo batalhando pelo nosso sonho. Um dia a gente se encontra para dividir mais um pedaço de bolo que sobrou na geladeira. Cuida de mim enquanto isso, tá?

Era um dia nublado que ficou eternizado e, por mais que com o passar dos anos o Sol volte a brilhar, tenho a certeza de que esses dias só existirão porque os astros estão mais perto do seu incessante sorriso e do seu olhar. 



Nathalia,
in memorian de Bruna Almeida Santos.