21 de janeiro de 2018

Sobre tartarugas e TOC's lá embaixo

Já tem algum tempo que um livro não me prendia tanto como este me prendeu nos últimos dias. Passei por aquelas fases de ler somente o que eu gostava, depois o que a universidade me requeria e atualmente, assim como em todos os outros setores da minha vida, só busco um equilíbrio.
Geralmente nos apegamos às ficções quando elas carregam uma pitada de realidade e, muito mais quando elas denotam a nossa própria realidade. 
O livro carrega em si uma carga emocional de que todos nós já experimentamos ou que um dia viremos a experimentar: o amor, a amizade, a liberdade, a saudade e a morte. Porém, um dos assuntos que o livro trouxe e que mais me chamou atenção foi o fato da personagem principal vivenciar esse misto de sentimentos convivendo com algo que a incomoda, que pesa, que atrapalha, mas que está ali e que se faz necessária a sua adaptação.
A personagem Aza, uma menina de dezesseis anos, conseguiu trazer à tona tudo aquilo que eu - e surpreendentemente o autor do livro, John Green - enfrentamos nessa nada mole vida: O TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo, classificado no CID 10 – F42).
É muito fácil sair falando pelos quatro cantos que seu "TOC" não lhe permite ficar olhando uma imagem em que há uma desarmonia enorme entre as cores ou suas posições. É muito fácil seguir em frente quando você apenas para de olhar para a referida imagem e sua vida segue normalmente. 
Conviver com o TOC é uma luta diária para aqueles que o enfrentam e, digo isso com certa propriedade, porque sei quão ruim é não conseguir realizar uma atividade porque sua mente toma o controle e te avisa a todo tempo o que você deveria ter feito anteriormente para então dar prosseguimento até ali.  
O TOC, assim como outras doenças mentais, possuem descobertas e tratamentos recentes e sua banalização não poderia ser diferente. Mas isso ainda é uma doença, isso ainda interfere em muitas vidas e, felizmente, isso é reversível. 
Parafraseando o autor em sua última frase nos agradecimentos do livro: “Pode ser um caminho longo e difícil, mas os transtornos mentais são tratáveis. Há esperança, mesmo que seu cérebro lhe diga que não”.
Caso você sinta que sua vida sofre interferências negativas por questões as quais você não consegue controlar, procure um profissional da área. Sua saúde mental é tão importante quanto a sua saúde física, cuide-se!
Se tiver a oportunidade, leia o livro “Tartarugas até lá embaixo”, o lançamento mais recente de John Green, aquele autor que escreve livros fofinhos e que nos fazem chorar, como “A culpa é das estrelas”. Te garanto uma boa leitura e me disponho a conversar sobre ele junto de um café. E, ah! Quanto às tartarugas, o livro te explica melhor! 

Nathalia, 
na esperança de uma(s) vida(s) melhor(es). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela opinião!